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Pesquisa aponta efeitos negativos ao psicológico de indivíduos em quarentena

Apesar dos riscos do convívio social em tempos de pandemia, saber controlar a vontade de ir para as ruas e encontrar pessoas queridas é uma tarefa extremamente difícil. Lidar com uma quarentena é ainda mais difícil, e a revisão de um estudo realizado com indivíduos em quarentena mostra que o isolamento pode surtir um impacto negativo na saúde mental das pessoas. Os dados foram levantados a partir de uma revisão de pesquisa, divulgada em novas notícias na científica semanal The Lancet, que aborda assuntos de grande relevância.

Segundo a pesquisa divulgada em março de 2020, os efeitos psicológicos da quarentena durante o surto de SARS (síndrome respiratória aguda), que surgiu em 2002, 29% dos indivíduos que permaneceram em quarentena apresentaram sintomas de estresse agudo e 31% foram diagnosticados com quadro de depressão pós-traumática após a reclusão. Os especialistas salientam que esses são efeitos negativos de uma pandemia, mas não descartam que o período de quarentena é fundamental para a contenção do problema em larga escala.

Além do medo de contrair a doença em voga, na maioria das vezes as pessoas são afetadas por grandes perdas financeiras, perda de entes queridos e não podem ter contato social para aliviar essa dor. Devido a isso, é fundamental que o governo elabore canais de informações eficientes e que possam ser acessados por todos para minimizar os impactos de um confinamento total.

Em uma entrevista cedida a Quartz, revista eletrônica conceituada, o psicólogo Frank McAndrew explica que pode ser ainda mais angustiante os efeitos nocivos ao psicológico de uma pandemia quando a pessoa não sabe o que está acontecendo ao seu redor. Pessoas diagnosticadas com doenças e que devem permanecer em isolamento total, acabam se vendo a mercê de outras pessoas, algo que já afeta muito o psicológico do infectado. Os indivíduos em quarentena que demonstram sintomas graves de uma doença, têm além da preocupação de deixarem suas vidas de lado e não poder ter contato com ninguém, o medo da morte e as dores.

De acordo com a médica geriatra Claudia Burlá, os indivíduos idosos em quarentena devem ser conduzidos a explorar mais o mundo digital neste período. Utilizar as redes sociais para conversar constantemente com pessoas da família, saber que elas estão bem, ouvir a voz e ver o rosto dos filhos, netos e bisnetos, por meio de um dispositivo móvel conectado à internet, ajuda de forma bastante significativa a minimizar os impactos psicológicos negativos do isolamento.