Recentemente, moradores da cidade de São Paulo tiveram seu sangue analisado por pesquisadores para que eles pudessem identificar quais são os grupos sociais que estão mais propensos a serem infectados pelo novo coronavírus (Covid-19) durante a atual pandemia.
A coleta aconteceu entre os dias 15 e 24 de junho, e todas as amostras foram examinados da mesma forma. Os resultados, no entanto, expuseram o que, de fato, não é nenhuma novidade: os grupos mais afetados pela Covid-19 são compostos por pessoas negras, mais pobres ou menos instruídas.
As notícias do levantamento apontaram que em torno de 958 mil moradores de São Paulo, com mais de 18 anos de idade, já foram infectados pelo novo coronavírus (o número significa cerca de 11,4% da população da cidade). A pesquisa também mostrou que, apesar da doença estar espalhada por toda a capital paulista, os bairros da periferia mais pobre são os mais atingidos. Isso porque, segundo o estudo, os infectados são “apenas” 6,5% da população nos bairros centrais e mais ricos; e chega a 16% no caso dos bairros da periferia mais pobre.
Em termos de nível de instrução, a análise indicou que a nova doença atingiu “somente” 5% das pessoas que possuem nível superior de ensino; em contrapartida, quase 23% daqueles sem ensino fundamental completo foram acometidos pela patologia. Ainda, entre negros e brancos, esse segundo grupo foi o menos afetado, correspondendo a 7,9% dos infectados — já no que se refere aos negros, esse percentual salta para 19,7%.
“As pessoas de maior vulnerabilidade, elas vão fazer mais uso de transporte coletivo, elas precisam trabalhar frente a frente com as pessoas para poder ganhar o seu pão”, salientou o líder da pesquisa, e diretor clínico do Laboratório Fleury, Celso Granato.
De acordo com o boletim do dia 30 de junho, emitido pela prefeitura de São Paulo, a cidade contabilizava, até o final do mesmo mês, cerca de 150 mil infectados pela Covid-19, e mais de sete mil vítimas fatais da doença.