Segundo o diretor da agência de comunicação Bites, Manoel Fernandes, o foco se concentra muito em influenciadores digitais de grande porte e ao invés disso, as pequenas redes que dispõe de um forte relacionamento direto com o produto não são explorados. Segundo Fernandes, durante uma edição da Arena do Marketing na quinta-feira dia 08/03/17, o contexto geral de publicidade utilizados de forma a curto prazo com os youtubers, é a ferramenta do momento, mas não segue um planejamento publicitário diretamente proporcional a longo prazo já que o uso da influência digital estabelece um grande alcance em pouco tempo, com isso, não se estabelece nem a médio prazo.

O uso da imagem direta a um seleto público nada mais é do que a evolução da “antiga televisão” e que após o advento da internet, passou a bola da vez para os blogueiros, depois os tuiteiros e por fim, o que se vê é essa explosão de yotubers. Hoje, o influenciador digital corresponde a um grande potencial devido ao seu enorme poder de alcançar milhões de pessoas que simpatizam com um ou mais nichos em um período extremamente curto de tempo, porém com um grande grau de volatilidade, que dita uma grande tendência, mas que já sabem que não perdurarão o suficiente para ser relevante na memória do público.

A fama tem o poder de gerar receita, mas na grande maioria das vezes ela sobrevive apenas por “quinze minutos“. Ao invés de pagar para um youtuber que tem seu publico volatizado, as empresas que investem na possibilidade de atingir os 137 milhões de brasileiros usuários da internet, devem sim procurar e identificar tal “cluster” que acabam conseguindo menores redes, porém mais rentáveis e com muito mais alcance de tempo com formação de opiniões.

A grande rede segue um padrão de inteligência muito distinto, por exemplo, o ex-jogador de futebol Romário, que hoje é senador, levanta a bandeira e veste a camisa sobre o assunto síndrome de Down, sempre quando aborda esta causa o sinal é positivo conforme a rede e existe um retorno muito grande de simpatizantes assim como ele, porém, se ele abordar assuntos como culinária ou até mesmo futebol, a rede deixa de responder.

A grande ascensão tecnológica que vivemos hoje não é utilizada com o seu devido potencial. A televisão perdeu espaço para a internet, os youtubers afirmam que se uma marca investe neles, eles a colocarão além dos meios clássicos de comunicação que estão ultrapassados. O que acontece é que só houve uma mudança em termos de atingir uma grande massa de pessoas, mas o enfoque ainda está na quantidade. Isso ainda continua sendo errado, pois não é disso que precisamos, o ideal é tentar unificar o que de melhor temos nas formas de mídias clássicas com o que de melhor temos das influências digitais formando um casamento entre elas.

As mídias estão cotadas em grandes números hoje no Facebook, Google, Twitter e não é isso que eu espero, o que realmente esperamos é que essas mídias abram esses números para uma forma independente de medição de mídia, assim, as empresas poderão ter uma comparação mais fidedigna e quando ocorrer isso, acontecerá uma depuração de muitos influenciadores digitais.

Veja também, Marcas têm de se posicionar para ganhar consumidor, diz líder de agência.