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Mais de 1000 anos são necessários para decompor peças de lego no oceano

A grande quantidade de lixo nos oceanos tem sido uma das notícias mais constantes e alarmantes da atualidade. Dados de um estudo de 2018, desenvolvido pela Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa), apontam que os oceanos recebem cerca de 25 milhões de toneladas de lixo por ano devido a má gestão de resíduos sólidos urbanos, o que compromete a vida e preservação das espécies marinhas e desestabiliza o ecossistema subaquático. Em uma pesquisa mais recente, foi revelado um dado que se soma à essas preocupações: uma peça de lego, brinquedo famoso entre crianças e adultos do mundo todo, pode demorar mais de 1000 anos para se decompor no oceano.

Um estudo, produzido por cientistas da Universidade de Plymouth, uma instituição inglesa, e publicado em março de 2020, analisou a conservação das peças de lego nos oceanos. Publicado no periódico científico Environmental Pollution, o estudo teve início com uma investigação da quantidade de peças de lego encontradas em praias da Inglaterra. As peças encontradas no mar foram pesadas e, posteriormente, comparadas com peças novas, que nunca estiveram submersas, e assim foi possível estimar a velocidade de decomposição dos brinquedos, que pode levar de 1000 a 1300 anos. Uma das razões do sucesso atingido pela marca lego é justamente a sua durabilidade, porém não se esperava que ela fosse tão alta e prejudicial, o que faz com que seja ainda mais necessária uma reflexão na hora de descartar o lixo, principalmente quando se trata do brinquedo em questão.

A lego fabrica as pequenas peças que servem de estrutura para montar diversas reproduções do mundo real e imaginário desde 1932, e acredita-se que, até a atualidade, foram produzidas 440 bilhões de itens. As caixas do brinquedo possuem quantias variadas de peças para a montagem, além de acessórios para incrementar a brincadeira – a reprodução da Millenium Falcon, nave espacial famosa da franquia Star Wars, possui mais de 7000 peças. Isso significa que o impacto na natureza pode ser imenso, e que é preciso pensar em formas conscientes de descarte para que as notícias sobre a vida marinha passem a ser boas.