A suspensão dos contratos de trabalho conhecidos como contratos lay-off somados a redução da jornada já afetam 74% dos mais de 107 mil trabalhadores do setor automotivo no Brasil. A maioria dos acordos ativos até o mês de abril deste ano possuem uma cláusula de redução salarial. De acordo com notícias divulgadas sobre o assunto, cerca de 79,2 mil trabalhadores do setor estão envolvidos com alguma medida deste tipo anunciada pelas fabricantes de carros, ônibus e caminhões.
Desde o final de março deste ano, a grande maioria das empresas do setor estão com as linhas de produção paradas no Brasil devido à pandemia de coronavírus. No início do mês de março deste ano, o setor registrava 106.996 trabalhadores contratados, segundo dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos). As montadoras estão abrindo mão da Medida Provisória 936 do governo federal, que deixou mais flexível as regras trabalhistas. O objetivo da medida é evitar demissões de trabalhadores por conta das paralisações.
A medida permite que os trabalhadores e empresários cheguem em um acordo quanto a jornada de trabalho reduzida o sobre a suspensão do trabalho por até 2 meses. Cada uma das ações têm a participação do governo, levando em conta o seguro desemprego. Algumas montadoras estão usufruindo da medida para evitar demissões diante da paralisação do setor e um colapso da economia do país.
Em alguns dos acordos firmados até o momento, funcionários da Volkswagen aceitaram a proposta para a redução dos salários brutos com foco na manutenção dos valores líquidos. Já a Fiat e Jeep possuem 22 mil trabalhadores envolvidos com a flexibilização. A Fiat Chrysler, também detentora da marca Jeep, reduziu cerca de 20% da jornada de trabalho em março deste ano e pretende estender as medidas por mais três meses.
A Chevrolet, considerada líder de vendas no setor, chegou a suspender contratos de funcionários e redução de salários de até 25% dos trabalhadores contratados. A Toyota foi uma das empresas que mais foi longe, suspendendo 75% dos contratos administrativos dos trabalhadores desde o dia 22 de abril deste ano. Esse número de suspensão de contratos é equivalente a 4.500 trabalhadores suspensos temporariamente.